(Querer) Mudar...
Que tal usar os dias de descanso para reflectir sobre o que realmente se quer e acabar com as angústias? Afinal, a mudança não tem de ser um exclusivo das decisões de Ano Novo...
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O psicólogo clínico Paulo Sargento dos Santos diz que: “O ser humano é feito para mudar.” Se assim é, porque é tão difícil dar o passo em frente? E segundo o mesmo a resposta está no facto: “mudança estar associada a situações de conflito, o que vai provocar, quanto mais não seja momentaneamente, um desequilíbrio relativamente a um determinado status quo.”
A mudança pode custar, mas é essencial para gostarmos mais de nós mesmos. Aprendida a primeira lição, resta escolher o caminho a seguir. E eis uma nova fonte de angústia. E se errarmos? A resposta é dada por Fermín Bouza. “Devemos concluir que enganarmo-nos é normal e que a vida é uma permanente procura das condutas mais adequadas para cada circunstância. Neste sentido, aquilo a que chamamos erro não é mais do que um passo natural para outra coisa”.
Pior do que o medo de errar é a inexistência de quaisquer perspectivas. O saber que se está mal e que assim não se pode continuar, mas não vislumbrar outros caminhos. “Há uma regra de ouro: quando não vires nenhum caminho, não continues a olhar. Pára! Fecha os olhos, controla a tua respiração, tenta pensar em algo positivo e quando o conseguires, olha de novo e talvez já possas ver; mas se ainda não distinguires nada, não te preocupes, porque certamente estará lá e quer é fazer-te uma surpresa”, aconselha María Jesús Álava Reyes. Afinal, como garante a psicóloga, “há sempre um caminho, ainda que nesse momento pareça escondido”.
Outra máxima a ter em conta neste balanço existencial é que, muitas vezes, uma recta não é o caminho mais curto entre dois pontos. Ou seja, mudar por mudar, sem saber muito bem porquê ou para onde, não é solução para o mal-estar interior. “A mudança não tem de ser rápida e imediata”, avisa o psicólogo Paulo Sargento dos Santos, alertando que as alterações à nossa existência devem ser feitas de forma integrada, com um custo/benefício equilibrado.
Reflectir é, assim, a palavra de ordem. (...) O importante é começar a sacudir as angústias existenciais, de forma a acabar com essa sensação de sentir-se encurralado numa vida que não escolheu. Uma missão que poderá ter um elevado grau de dificuldade, avisa Paulo Sargento dos Santos. “Como disse um filósofo alemão: pensar dói. O pensamento, quando é feito de forma metódica e sem limites de preconceito, é uma das coisas mais dolorosas.”
Porquê esperar, então, por um novo ano para mudar aquilo que o incomoda, se pode começar agora? Acredite no seu potencial e no poder positivo da transformação. Se lhe restam dúvidas, escute o que diz María Jesús Álava Reyes: “A pessoa é um processo em permanente crescimento, em contínua superação e adaptação constante. Se esquecermos estes princípios, estamos a negar a essência da nossa realidade e com isso as possibilidades de evolução, aprendizagem e enriquecimento que qualquer vida implica.” Então, vamos a isto?
Adaptado do texto de Cristina Azedo
Na revista Máxima
Adaptado do texto de Cristina Azedo
Na revista Máxima
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