Ser emocionalmente competente

Os verdadeiros líderes sabem como se expressar, processar, desmontar e ajustar as suas experiências – porque têm algo em comum: um elevado grau de inteligência emocional. E assumiram o controlo. Como tal, há atitudes e comportamentos que não têm. De todo. 

A inteligência emocional é provavelmente o traço mais poderoso e no entanto pouco valorizado por todos nós. E os nossos líderes ignoram de forma dolorosa o elemento humano nas questões sociopolíticas. Não preciso citar, por exemplo, a taxa de divórcio para verificar que não estamos a escolher os parceiros certos (nem temos a capacidade de manter relações íntimas por longos períodos de tempo).

Isto porque parece que as pessoas acreditam que a coisa mais inteligente a fazer é não ter emoções. Para sermos eficazes temos de ser uma máquina, um produto desta época. Um robô operacional bem oleado, servidor do consumismo, digitalmente sintonizado, mas altamente desligado. E assim nós sofremos.

Mas há quem tenha a capacidade de estar ciente do que sente. Quem saiba como se expressar, processar, desmontar e ajustar a sua experiência porque assumiu o controlo. São os verdadeiros líderes, aqueles que vivem a vida de forma mais genuína e mais inteira – e é com eles que deveríamos estar a tirar notas. Eis as coisas que as pessoas emocionalmente inteligentes não fazem:


1. Não assumem que a forma como pensam e sentem sobre uma situação é a realidade. Reconhecem as suas emoções como respostas ao que está a acontecer – e não processos de medição precisos. E aceitam que essas respostas podem ter a ver com os seus próprios problemas, em vez de com a situação em concreto.

2. Sabem que a raiz das suas emoções não é externa. As suas emoções não são “obra de outra pessoa”, logo, não são “um problema para outra pessoa resolver”. Ao perceberem que são a causa do que experienciam impede-os de cair na armadilha da passividade indignada: em que a pessoa acredita que, como o universo fez algo de errado, o universo há de acabar por o corrigir.

3. Não assumem saber o que os faz realmente felizes. Dado que o nosso único ponto de referência em qualquer altura é o que aconteceu no passado, não temos forma de determinar o que nos fará verdadeiramente felizes, por oposição a sentirmo-nos “a salvo” do que quer que não tenhamos gostado nas nossas experiências passadas. Ao entenderem isto, as pessoas emocionalmente inteligentes estão recetivas a qualquer experiência que a vida lhes traga, sabendo que há partes igualmente boas e más em tudo.

4. Não pensam que ter medo é um sinal de que estão na direção errada. A indiferença é um sinal de que está no caminho errado. Ter medo significa que está a tentar seguir na direção de algo que ama (mas as suas velhas crenças, ou experiências não cicatrizadas, estão a impedir que prossiga o caminho; ou então estão a voltar à tona para serem curadas).

5. Sabem que a felicidade é uma escolha, mas não precisam de estar sempre a escolher. Não estão presos na ilusão de que a “felicidade” é um estado contínuo de alegria. Permitem-se ter tempo para processar tudo o que estão a enfrentar. Permitem-se existir no seu estado natural. E nessa não-resistência encontram o contentamento.

6. Não deixam que escolham os seus pensamentos por si. Reconhecem que, através do condicionamento social e a tendência para a mimética do comportamento humano, podem ser influenciados por pensamentos, crenças e mentalidades que não são seus. Para o combater, fazem um inventário das suas crenças, refletem sobre as suas origens, e só então decidem se essas estruturas de referência lhe interessam.

7. Reconhecem que parecer infalível não revela inteligência emocional. Não escondem os seus sentimentos ou tentam moderá-los a ponto de quase desaparecerem. Têm, no entanto, a capacidade de reter as suas respostas emocionais até se encontrarem num ambiente adequado e então expressarem o que estão a sentir. Não suprimem – gerem de forma eficaz.

8. Sabem que aquele sentimento não os vai matar. Desenvolveram resistência e consciência de si próprios o suficiente para saberem que todos os problemas, até mesmo os piores, são passageiros.

9. Não se tornam amigos íntimos de qualquer um. Reconhecem a confiança a sério e a intimidade como algo que se constrói, e que se deve ser exigente com quem se partilha. Não estão no entanto na retranca ou fechados, apenas cientes de quem permitem que entre nas suas vidas. São amáveis com todos, mas são “um livro aberto” só para alguns.

10. Não confundem um mau sentimento com uma vida má. Estão conscientes da – e evitam – extrapolação (que se trata, essencialmente, de projetar o presente num futuro previsível, acreditando que o atual momento constitui aquilo em que toda a sua vida se tornou, em vez de ser apenas outra passagem, uma experiência transitória). As pessoas emocionalmente inteligentes permitem-se ter os seus dias “maus”. Permitem-se ser humanos. É nesta não-resistência que encontram paz.

A inteligência emocional refere-se à capacidade que temos de reconhecer os nossos sentimentos e os dos outros e de bem gerir as emoções – em nós e nas nossas relações, de acordo com Daniel Goleman, autor do bestseller mundial “Inteligência Emocional”.


Fonte: Portal da liderança

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